Escolhida entre 600 candidatas, a atriz levou para toda vida a sina da personagem, para o bem e para o mal: ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante, além de ter sido indicada ao Oscar na mesma categoria.
Carreira decadente
“As pessoas não conseguiam me separar do monstro em que me transformei no cinema. Perdi a conta de quantas vezes me pediam para girar minha cabeça”, lamentou Linda, referindo-se à famosa cena do filme. Talvez por estar marcada como a demoníaca Regan, Linda perdeu o papel de Emmeline em “A Lagoa Azul” para Brooke Shields. Ela também foi cotada para viver Iris em “Taxi Driver”, mas quem interpretou – e muito bem – a personagem foi Jodie Foster.
A atriz até conseguiu destaque como a adolescente alcoólatra no filme “Sarah T. - Portrait of a Teenage Alcoholic”, de 1975. Mas ao optar por participar da continuação “O Exorcista II: O Herege”, sua carreira ficou definitivamente marcada pelo papel e o gênero. Nos anos 80, Linda Blair atuou em alguns filmes de terror ruins, e foi indicada a pior atriz no prêmio Framboesa de Ouro por bombas como “Noite Infernal” ("Hell Night", de 1981), “Correntes do Inferno” (Chained Heat", de 1983) e “Patrulha noturna” ("Night Patrol", de 1984).
A decadência profissional veio junto com um drama pessoal. Antes dos 18 anos, Linda já bebia e usava cocaína. Até que um deslize a levou para a cadeia. Durante uma viagem à Flórida, para o funeral de um dos membros da banda Lynyrd Skynyrd, um dos presentes teriam-na apresentado a traficantes. Linda teria voltado para Connecticut com cocaína, e desde então mantido contato com os vendedores da droga.
A polícia chegou até os traficantes, e Linda foi presa. Em sua defesa, disse que na verdade estava negociando a compra de filhotes. Mas os guardas encontraram anfetaminas em sua bolsa e ela recebeu uma pena de três anos. Linda também se envolveu com o cantor de R&B Rick James, viciado em cocaína, que teria composto para ela o hit "Cold Blooded, em 1983.
A recuperação
Felizmente, dos anos 90 em diante Linda conseguiu se recuperar. Abandonou o vício e passou a se dedicar à causa dos animais. Criou uma fundação, a “The Linda Blair World Heart Foundation”, que cuida do resgate e da adoção de animais, e também é membro da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals). Vegetariana, cria livres no quintal de casa galinhas, cachorros e até cavalos.
Essa menina fofa aí depois caiu nas drogas
Sua vida profissional também entrou em ascensão, mas nunca ao ponto do estrondoso sucesso do início. Participou de “A Repossuída”, sátira a “O Exorcista”, e de “Pânico”, sucesso com Neeve Campbell no papel principal.
Seu último papel de destaque foi uma policial cética na série “Supernatural”, em 2006. “Eles escreveram um episódio especialmente para mim, e não há nenhum demônio nele, o que foi um dos meus pedidos”, contou ela, em entrevista ao TVGuide.com.
Em 2009, Linda apareceu em mais uma sátira a filmes de terror, “Imps (The Immoral Minority Picture Show)”. Apesar da data, o filme foi na verdade rodado em meados dos anos 80